Durante uma audiência com fiéis, o Papa declarou que a ressurreição de Cristo trouxe esperança à escuridão da história humana.

Guia em nossas vidas caóticas

O Papa destacou como na Ressurreição de Cristo “encontramos uma resposta à nossa sede de sentido”, especialmente quando enfrentamos situações que parecem incompreensíveis.

“Nele, temos a certeza de sempre poder encontrar a estrela-guia para a qual podemos direcionar nossas vidas aparentemente caóticas, marcadas por eventos que muitas vezes parecem confusos, inaceitáveis e incompreensíveis: o mal em suas muitas formas, o sofrimento, a morte e os eventos que afetam cada um de nós”, disse ele.

“Diante de nossa frágil humanidade”, continuou o Papa Leão XIV, a ressurreição de Cristo “torna-se cuidado e cura, alimentando a esperança diante dos desafios assustadores que a vida nos apresenta todos os dias, tanto em nível pessoal quanto global”.

Ele explicou como, “na perspectiva da Páscoa”, a Via Sacra se torna o Caminho da Luz. Ele exortou os fiéis a “saborear e meditar sobre a alegria após a dor, a refazer, sob uma nova luz, todas as etapas que precederam a Ressurreição”.

O Papa destacou como Jesus se apresenta no Livro do Apocalipse (1,17) como “o Vivente” para mostrar que Sua Ressurreição é um fato atual, visível na vida cotidiana de cada pessoa.

A Ressurreição não é um evento distante do passado

A Páscoa de Cristo “é um evento que não pertence a um passado distante, agora estabelecido na tradição como tantos outros episódios da história humana”, insistiu o Papa. Ele observou que a Igreja ensina a necessidade de fazer uma “memória viva” da Ressurreição, celebrando a Páscoa todos os anos e a Eucaristia todos os dias.

“O Mistério Pascal é a pedra angular da vida cristã, em torno da qual giram todos os outros eventos”, disse ele, acrescentando que “podemos dizer, então, sem qualquer irenismo ou sentimentalismo, que todos os dias são Páscoa”.

“Hora a hora, temos tantas experiências diferentes: dor, sofrimento e tristeza entrelaçados com alegria, admiração e serenidade. Mas, em todas as situações, o coração humano anseia pela plenitude, por uma felicidade profunda”, explicou o Papa.

Para esclarecer esse conceito, ele citou Santa Teresa Benedita da Cruz (Santa Edith Stein), que “profundamente investigou o mistério da pessoa humana”, apontando que o “dinamismo” vem da “busca constante pela realização”.

Ela escreveu que a pessoa humana “sempre anseia por receber a vida de novo, para que possamos aproveitar o que o momento nos dá e, ao mesmo tempo, nos tira”.

“Estamos imersos na limitação, mas também nos esforçamos para superá-la”, disse o Papa.

A ressurreição é a notícia mais bela

Diante dessa realidade da natureza humana, “o anúncio pascal é a notícia mais bela, alegre e avassaladora que já ressoou em toda a história”, continuou o Papa.

“É o ‘Evangelho’ por excelência, que atesta a vitória do amor sobre o pecado e da vida sobre a morte, e é por isso que é a única coisa capaz de satisfazer a exigência de sentido que perturba nossas mentes e nossos corações”.

Os seres humanos estão constantemente “lutando por um além que os atrai continuamente”, destacou o Papa Leão. “Nenhuma realidade contingente nos satisfaz. Nós tendemos para o infinito e o eterno”.

No entanto, sublinhou, “isso contrasta com a experiência da morte, antecipada pelo sofrimento, pela perda e pelo fracasso”, citando São Francisco, que disse no Cântico do Sol que “nenhum homem vivo pode escapar” dela.

Em conclusão, o Papa enfatizou que a Ressurreição mudou o curso da história humana.

Quando as mulheres foram “ao túmulo para ungir o corpo do Senhor”, após Sua crucificação, e o encontraram vazio, disse ele, elas encontraram, em vez disso, “o misterioso jovem vestido de branco”, que lhes disse: “Vocês procuram Jesus de Nazaré, que foi crucificado. Ele ressuscitou; não está aqui” (Mc 16, 6).